domingo, abril 24, 2011

Por que não quero mais ser mãe

Hoje eu levei dois tapas na cara. Da minha mãe. Não doeu, não doeu porque sei que de nada tenho culpa. Foda-se ela e suas desculpas para ser a dona da razão, para poder se firmar como mãe, como autoritária. Foda-se. Nunca terá voz suficiente para controlar uma família, muito menos a mim.

Se o moço da NET vem por causa do meu decodificador quebrado, por que ela tem de ficar com o controle remoto antigo? Por que eu não posso ficar com os dois? Agora é assim, sem mais ou menos, sem objetivo, ela decide o quê. Depois de passar um dia dormindo no quarto de minha irmã, arrumando-o para voltar ao meu, ela, ELA desliga a luz. Acendo novamente e continuo a fazer a cama. ELA desliga a luz de novo. Reclamo. E ELA desliga a luz novamente, qual é o problema? Quer mostrar seu poder, querida? Qual o porquê de precisar se firmar tanto? Não chefia uma equipe no trabalho, não? Deve ser por isso que Cristina nem parece ser irmã do mesmo casamento; vive longe. Sobra pra mim, que tenho de tentar ter sangue frio. Até ao levar tapas na cara - e não revidar. Ou sou covarde. Apanhar eu posso. Não posso é revidar, ou sou a covarde que é a mais forte e bate na mãe. De tudo o que aconteceu e acontece em todos os meus 18 anos, o mais revoltante é vê-la pegar imediatamente o telefone e ligar para meu pai, minha avó, namorado dela; todos, acompanhada de choro, no papel de vítima.
- Ai, leva a Gabriela daqui. Ela tá atacada de novo!


É, acho que não vou ter filhos mesmo. Para não virar uma mãe como a minha.