segunda-feira, junho 29, 2009

Os melhores de 2009

Segue abaixo os melhores textos de 2009 já publicados neste blog.

1. Quantos lenços enxugam lágrimas de um coração partido? - Janeiro 03, 2009

2. Rede de conexão by iNETficaz - Janeiro 09, 2009

3. Tentações dos Domingos - Janeiro 11, 2009

4. A mais exaustiva rotina - Janeiro 27, 2009

5. Quando você sente a mordida no seu bolso - Janeiro 28, 2009

6. O sonho impermeável - Janeiro 31, 2009

7. A vizinhança mal-assombrada - Fevereiro 11, 2009

8. Chefão muda grade novamente - Março 03, 2009

9. Nada impermeável - Março 07, 2009

10. "I wanted a change, and I'm not scared of change at all." -Fergie - Março 27, 2009

11. Proporcional ou NÃO? - Abril 01, 2009

12. A derrapada de Falabella - Abril 27, 2009

13. A volta daqueles que já foram - Maio 06, 2009

14. A inútil aula de alemão - Maio 30, 2009

15. Quantos quilos terá Paes em 2012? - Maio 31, 2009

16. No papel, na tela, onde você quiser estar - Junho 12, 2009

17. Tendência: o uso abusivo da tecnologia - Junho 24, 2009

quarta-feira, junho 24, 2009

Tendência: o uso abusivo da tecnologia

"É certo que, nos dias atuais, se torna cada vez mais difícil fazer história, pois o texto elaborado e a anotação cuidada são desmerecidos. A palavra escrita vai perdendo espaço e força em favor do rádio e da televisão, que exprimem, mas não imprimem, que difundem mais não gravam, que emitem o som ou a imagem, porém não fazem constância, não produzem memória. Em suma, não se pode fazer história sem papel, sem documento, sem jornal, sem livro."
Armando Falcão, ex-ministro, em trecho de Geisel do tenente ao presidente


Eu não tenho problema em jogar as coisas fora. Porém no meu quarto, eu tenho um armário onde eu guardo todas as revistas, os jornais, os trabalhos escolares que levaram alguma influência à minha vida. Eu os guardo com o intuito de rever mais tarde e mostrar aos meus filhos e netos.
"Esse jornal foi publicado na crise de 2008. Esta revista aqui eu acompanhei de pertinho no meu primeiro estágio. Já esta foi a minha primeira aparição na mídia."
Será que sou só eu? Ou as famílias tradicionais só guardam álbuns de fotos? Quando perguntei à minha avó sobre alguma reportagem que tenha a impactado a ponto dela guardá-la, ela diz que com a mudança livrou-se das antiguarias. Aproveitando a oportunidade, faço a mesma pergunta para o namorado de minha avó. As páginas do caderno de esporte do jornal, em que este havia aparecido, já haviam sido jogadas fora. Duas tentativas e eu continuava na estaca zero. Eu ainda não tinha perguntado ao meu tradicional parceiro de conversas, quando depois de uma faxina nos livros, mamãe encontra um álbum acima das minha expectativas. Não me refiro a fotos coladas em folhas de papel e sim, ao álbum dos presidentes publicado pelo JB no centenário da República, mais especificamente em 15 de Novembro de 1989. Não é lá tão velho, mas traz reportagens antigas publicadas desde a fundação do Jornal do Brasil a resumos dos governos de Deodoro a Sarney. Eu não poderia estar mais feliz; conteúdo político, sobre a atual matéria de história e o melhor: recheado de reportagens! As pessoas nos surpreendem, por mais que eu não tenha comentado que eu procurava algo importante que tenha acontecido do passado com a minha mãe, esta me pergunta:
"Isso aqui é de política. Interessa? Ou posso jogar fora?"

Esses acontecimentos nos fazem refletir a importância da mídia impressa. Assim como Falcão disse o rádio e a televisão não fazem constância, não produzem memória. Por mais que nós conseguimos nos informar através da internet, televisão ou rádio; isso não é suficiente, pois a informação logo cairá no esquecimento. E no futuro quando você quiser lembrar de algum momento ou até mesmo quando for perguntada pelos seus netos, você quase não terá lembranças e muito menos fatos concretos como prova dos acontecimentos.

sexta-feira, junho 12, 2009

No papel, na tela, onde você quiser estar

Assim como a política, o jornalismo também esteve presente na minha vida desde cedo. Na época em que os meus pais eram casados, nós seguíamos uma rotina à noite. Após o jantar em família, nós íamos diretamente para o escritório. O escritório – hoje em dia abandonado – era conhecido por ter canal a cabo e a maior televisão da casa. Lá mamãe e papai assistiam o Jornal Nacional, enquanto eu e minha irmã, 7 e 5 anos respectivamente, esperávamos o término para poder assistir os desenhos do Cartoon Network. Eu ainda não demonstrava interesse pelo jornalismo.

A minha recordação antiga mais relevante é de 2003. Quando eu cursava a 4ª série e a professora de português, Marília, abriu um espaço de suas aulas para quem quisesse trazer reportagens e apresentá-las. Os meus pais já eram separados e a minha mãe não sequer assinava um jornal ou revista. Ao contar a novidade em casa, a minha avó materna logo se ofereceu a doar o Jornal do Brasil assim que lido por ela. A partir daquele momento não sobrou espaço vazio no mural na minha turma. Aqueles jornais velhos já faziam parte da minha rotina; eu lia, escolhia a reportagem, levava para a escola e informava a turma. Além de ter gostado do contato com o jornal, eu tinha um interesse maior por trás daquilo tudo: melhorar a minha nota complementar. Em 2003, eu tive um dos piores rendimentos da minha vida acadêmica. Outra maneira que eu investi para melhorar a minha nota complementar foi: alugar vários livros da biblioteca de sala. Eu nunca me interessei por livros. Essa é uma frase dificilmente dita por jornalistas ou qualquer um que atue no campo de comunicação. Mas ainda tenho esperanças que um dia poderei mergulhar em um mar de livros. Então eu arrumei um modo de burlar a biblioteca da sala, já que eu seria obrigada a ler X livros por mês e a minha nota complementar não era das melhores. Toda semana, eu alugava cerca de 3 livros e às vezes no mesmo dia, eu os devolvia. Eu simplesmente não os lia e no campo da resenha da folha – que deveria ser preenchida sobre o livro –, eu copiava o texto que aparece atrás do livro. Dessa forma, eu fui reconhecida como a maior leitora da sala – ganhando um livro da professora e...... não sei se teve alguma influência, mas eu passei de ano.

Eu só fui ter um contato tão forte com outro meio de comunicação no final de 2004. Quando, finalmente, os meus pais cederam e eu e minha irmã conseguimos uma televisão para cada um dos quartos. Era uma grande vitória poder escolher entre Globo, SBT, Record e o melhor: quando a gente bem entendesse. Eu optava na maioria das vezes pela Rede Globo e assistia qualquer coisa que passasse. Quem conhece sabe que a emissora exibi os mais variados telejornais, o que fez com que a minha necessidade de estar sempre bem informada aumentasse cada vez mais.

Meados de 2007, minha mãe – que se recusava a pagar mais dois pontos adicionais para a NET – cede novamente. Com quase uma centena de canais disponíveis, eu me interesso especialmente por um. Nada mais, nada menos do que o canal conhecido por informar os telespectadores em tempo real. A Globo News passa a ser a minha maior fonte de informação. E através desta, eu conheço o mundo das especulações. O meu interesse pelo mercado financeiro não fica só na telinha. A minha frequência quanto às conversas com o meu pai, à leitura do jornal e ao uso da internet como meio de informação cresce. Logo que entregue, o jornal OGLOBO segue em uma viagem rumo à escola, a globo.com não é mais suficiente e as conversas não ficam mais entre eu e papai. Pela primeira vez, os três meios de comunicação mais conhecidos estão incluídos no meu dia-a-dia. Esteve tão claro desde os meus 10 anos. Eu seria uma idiota se não seguisse a carreira de jornalista.