domingo, maio 31, 2009

Quantos quilos terá Paes em 2012?


Felizmente eu sou uma exceção. Sou do sexo feminino e adolescente, mesmo assim sou jovenzinha muito engajada com a política. O grande culpado é o meu pai. Sempre conversamos e parte dos meus interesses veio por influência dele. Ainda me recordo da eleição de 2002. Acredite, eu assistia ao horário político e gostava daquela farra toda. Na escola, a professora de português da época, Fernanda, sempre falava do Lula e em casa, eu ouvia sobre o Serra. Obviamente eu torci pelo José Serra e não fiquei quieta. Tomei coragem e enviei um SMS para a professora, escrito “Brasil para frente, Serra presidente”. Em 2006, aos 14 anos, eu pedi material de campanha do Geraldo Alckmin pela internet e sai espalhando-o pela escola. Todos queriam adesivos para colar no escaninho, pôster para incrementar um bigodezinho aqui, um laço ali. E os alunos sempre com aquela pergunta clássica:
“Professor, você vai votar em quem?”
Aquilo não era só reflexo das conversas com o meu pai, dos noticiários da televisão. Aquela fervura ao passar do segundo semestre já havia se tornado um hábito. Minha mãe - que nunca gostou de política - não votava mais! Eu decidia os votos e ia à urna com ela apertar nos números decorados. Não podia ser diferente. Em abril de 2008, com meros 15 anos eu liguei para o TRE (Tribunal Regional Eleitoral), após descobrir o endereço carreguei a minha mãe para finalmente receber o meu título de eleitor. Eu só votaria em outubro e aquela fervura já tomava conta do meu corpo. Pedi material de campanha do Gabeira, estudei cada candidato, conversei sobre política, andei na praia para ver mais campanhas eleitorais, assisti a todas as entrevistas,... Eu estava cada vez mais decidida de que iria gabeirar e que aquela era a melhor decisão para o Rio. Eu já conhecia o Eduardo Paes de eleições anteriores e não tinha uma má ideia deste. Porém após diversas entrevistas, eu temia cada vez mais o monstro em que o ex-tucano poderia ter se tornado. Fora os argumentos usados pelo Paes sobre a relação Gabeira-Maia, a amizade com o governador Sergio Cabral, aquela sobrancelha levantada me dava calafrios – estilo Dick Vigarista (ver foto). Naqueles meses, eu pensei que caso o Paes fosse eleito, nós entraríamos em mais alguns anos de desgoverno. Dia 5 e dia 26 de outubro, eu vesti a minha blusa verde e realizei um desejo de 6 anos. Votei com consciência limpa. Passei o resto do dia colada na televisão, esperando o tal resultado. O resultado é divulgado, e lágrimas saem dos meus olhos. Paes é eleito o novo prefeito do Rio. Indignada, vesti a mesma camisa no dia seguinte e não resisti ao choro no banheiro da escola. Eu não tinha mais esperanças. Porém logo no início do governo Paes, eu já sou surpreendida. Paes parece realmente querer cumprir cada um das suas 1001 promessas. Mesmo assim, acreditava que aquilo seria marketing e que nas semanas seguintes, o Rio voltaria àquele abandono. Hoje, início de junho, eu confesso que o Paes está acima das minhas expectativas e que o Gabeira não faria melhor. Apesar de ter errado quanto ao perfil do candidato, orgulho-me de ter me engajado na campanha, o que mostra que eu realmente me importo com o futuro não só do Rio, mas com o futuro do mundo.