sábado, março 10, 2012

L

Oi, blog.

Estou na faculdade. Meus dois melhores amigos se chamam Lucas e Leonardo. Na escola, dos 12 anos aos 16, meu melhor amigo se chamava Leonardo. Dos 16 aos 18, meu melhor amigo se chamava Lucas. Lucas morreu. Lucas era muito gente boa, um amigo que eu admirava muito. Seu melhor amigo, Nicolas, vivia dizendo para ele beber, sair, pegar várias meninas, fazer musculação, tomar bomba. Ele não ligava para nada disso. Era uma pessoa diferente. E Lucas foi atingido por um carro, aos 17 anos, quando saía de uma boate na Barra da Tijuca. Tinha bebido e atravessava, com Nicolas, a Avenida das Américas. Nunca entendi por quê. Era, talvez, a pessoa com mais juízo na sala. Lucas não se formaria comigo na Corcovado nem saberia se passou para Engenharia na PUC. Fui às missas e nunca soube como reagir, o que falar a seus pais. Me sentia mal por não saber como ajudar, por somente estar presente ali. Me sentia mal por estar na fila para o show do Black Eyed Peas, preocupada se veria a Fergie, enquanto meu amigo morria no hospital. Sempre me perguntei: por que Lucas? Por que no dia do show do Black Eyed Peas, que não aparecia no Rio desde o Réveillon de 2006 para 2007? Foi o pior show a que fui. Foi a pior notícia que recebi na minha vida. Fiquei 12 horas na fila, chorando, chorando, com a notícia que recebi de uma amiga pelo celular. Depois, não fui ao After Party da banda, não conseguia mais suportar aquilo, queria ir para casa. Chorar, desabar de vez. Não havia como continuar a estudar para o vestibular. Para mim, o ano já tinha acabado.

domingo, outubro 09, 2011

Luta contra intolerância anima famílias e turistas em Parada LGBT, no Rio

Famílias e turistas também se juntaram ao colorido e ao embalo das músicas pop da 16ª Parada LGBT, neste domingo (9), na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. A pouco mais de um quilômetro da Rua Farme de Amoedo, em Ipanema, na cidade eleita o melhor destino gay do mundo, a presença exclusiva de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais fica de lado.

No meio da multidão, estimada em 700 mil pela Polícia Militar, a família Kim parecia perdida. O casal suíço Rodolfo e Gabriela Kim esclarece que não sabia da Parada Gay. Acompanhada dos filhos Alec, de 14 anos, Simon, de 14, e Rafael, de 12, a família segue a amiga brasileira, Ana, rumo ao hotel em que estão hospedados, mas contentes com a alegria das pessoas.
















Também do exterior, mas da Austrália, as amigas Rebeca Brain, de 30 anos, e Rebeca Joins, de 28, riem e curtem o momento de descontração na Praia de Copacabana. No destino da viagem de
oito semanas à América do Sul, que ainda inclui Argentina, Bolívia, Chile e Equador, elas destacam a energia dos cariocas. Elas lembram que, na Austrália, o mais próximo à parada é The Margie Giar, que não frequentam.















Sem blusa e de peitoral raspado à la The Week, os primos Thiago Gomes, de 24 anos, Marcos Antonio dos Santos, de 22, e Oliver Sousa, de 19, seguravam pelos braços as meninas que passavam. “Sou hétero e contra o preconceito”, argumenta Marcos Antonio. Ele perde, porém, em número de conquistas para Oliver. “Peguei seis”, afirma o caçula, o dobro de Marco Antonio e Thiago. Frequentadores da Boate Six Club, na Lapa, saíram às 13h de casa, em Petrópolis, pagam R$ 50 numa garrafa de tequila, também bebem cerveja, não têm hora para voltar e esclarecem por que as motos ficaram estacionadas na garagem:

– Direção e bebida não combinam.















Kelly Santos, de 35 anos, tem o costume de ir à parada e, desta vez, trouxe a família toda. Enquanto a filha de 1 ano, Beatriz, dorme em seu colo, ela conta que o marido não vê problema algum na atitude. A filha mais velha de Kelly, Marcele, de 20 anos, ajudava a cuidar da prima Luane, de 9, filha de Andresa, também na parada. Prima e vizinha de lésbicas, ela justifica a luta contra a homofobia:

– Você não tem que apontar para uma pessoa por causa de orientação sexual; nem cor nem nada.

sexta-feira, julho 15, 2011

domingo, abril 24, 2011

Por que não quero mais ser mãe

Hoje eu levei dois tapas na cara. Da minha mãe. Não doeu, não doeu porque sei que de nada tenho culpa. Foda-se ela e suas desculpas para ser a dona da razão, para poder se firmar como mãe, como autoritária. Foda-se. Nunca terá voz suficiente para controlar uma família, muito menos a mim.

Se o moço da NET vem por causa do meu decodificador quebrado, por que ela tem de ficar com o controle remoto antigo? Por que eu não posso ficar com os dois? Agora é assim, sem mais ou menos, sem objetivo, ela decide o quê. Depois de passar um dia dormindo no quarto de minha irmã, arrumando-o para voltar ao meu, ela, ELA desliga a luz. Acendo novamente e continuo a fazer a cama. ELA desliga a luz de novo. Reclamo. E ELA desliga a luz novamente, qual é o problema? Quer mostrar seu poder, querida? Qual o porquê de precisar se firmar tanto? Não chefia uma equipe no trabalho, não? Deve ser por isso que Cristina nem parece ser irmã do mesmo casamento; vive longe. Sobra pra mim, que tenho de tentar ter sangue frio. Até ao levar tapas na cara - e não revidar. Ou sou covarde. Apanhar eu posso. Não posso é revidar, ou sou a covarde que é a mais forte e bate na mãe. De tudo o que aconteceu e acontece em todos os meus 18 anos, o mais revoltante é vê-la pegar imediatamente o telefone e ligar para meu pai, minha avó, namorado dela; todos, acompanhada de choro, no papel de vítima.
- Ai, leva a Gabriela daqui. Ela tá atacada de novo!


É, acho que não vou ter filhos mesmo. Para não virar uma mãe como a minha.

domingo, abril 10, 2011

matéria-prima

texto na pressa, sem revisão. acrescentar detalhes depois.

quinta-feira (31) eu entreguei meu cv no portal puc-rio, depois de dois caras irem à minha sala falar que precisavam de estagiários - podendo ser do primeiro período. sexta (1) o carauta me ligou marcando para eu ir conversar com ele à tarde. a gente conversou sobre o meu cv, e ele disse para eu escrever uma matéria sobre a inflação no campus da puc e arredores. na hora, eu me senti insegura, mas, com o tempo, fui adquirindo segurança - até porque não tenho tanto medo assim de economia. saí de lá com muita coisa na cabeça. naquele dia minha avó e minha irmã voltariam da china, e eu, que estaria em aulas, resolvi deixar de lado para conversar sobre o assunto com meu pai durante o trajeto. conversei e amadureci a ideia de que aquilo era o que eu queria. planejei fazer todos os deveres no fim de semana para que restasse tempo suficiente para a matéria. seugunda-feira (4) fui para a puc e comecei a apuração. por acaso, foi o dia em que o meu amigo da califórnia chegou ao rio, portanto, decidi dedicar o restante do dia para ficar com ele e mom. peguei o meu ipad2, que ele trouxe, paguei e estava bem consciente de que o ipad não poderia desviar meu foco. na terça (5) percebi que o meu chefe tinha falado com a professora de jornalismo - explica por que ele perguntei quem era -, pois ela se lembrava de bastantes informações do meu cv. na terça (5) apurei mais durante a manhã (cheguei mais cedo, inclusive, pois fui entregar o álbum dos presidentes no ateliê) e comecei a ligar aos números de especialistas que consegui via outros jornalistas - perdi até um pouco da aula de p&p por isso.
gustavo franco:
1. procurei telefones no telelistas. > consegui dois números > que não deram em nada.
2. contatos de jornalista 1> deram em nada.
3. contatos de jornalista 2 > eram de sampa > consegui falar, mas assistente dele não estava no escritório > retornei > assistente não me garantiu 100% > pedi para mandar perguntas por e-mail > professor de cinema faltou, então corri para o computador > recebi resposta em menos de duas horas.
Começar o trabalho na quarta (6) já com a resposta de Gustavo Franco foi um gás. Busquei as últimas informações que faltavam e consegui falar com o Ewald, sugestão de meu pai, mas quem conseguiu contato fui eu. Langoni, que era meu plano C e com quem falei rápido na terça, não atendeu minhas ligações. Estava feliz com plano A e B de especialistas 100%. Desde o momento em que recebi a pauta até o momento em que fechei a matéria, houve diversas mudanças. Por exemplo, quando recebi, pensei somente em restaurantes e comidas. Bleeeeeeeec. Campus é muito mais que isso! E eu fui percebendo aos pontos. Tive pontos altos, como quando me lembrei da página contra o aumento do estacionamento. É sempre bom integrar a internet, cara.
Incrivelmente, até mesmo na quinta-feira (7), dia da entrega, eu modifiquei o texto. Saí de casa para autoescola, pois no dia seguinte teria prova prática, e, ao chegar na PUC 12h00, lá fui eu modificá-lo mais um pouco. Descobri grosseirices, como "despeza", e paguei R$ 1 para uma nova impressão. Na entrega, algo que eu nunca imaginaria....
- Oi, tudo bem? Queria falar com o Carauta?
- Certo, vou ver se ele está.
(...)
- Oi.
(...)
- E a carteira de trabalho, tudo certo?
- Fui lá na segunda-feira de manhã. Deixa eu ver se anotei a data para buscar.
(agcc olha no calendário no celular)
(Carauta lê de leve matéria)
- É, eu não anotei, não. Mas antes da Páscoa, com certeza.
- Como você conseguiu Gustavo Franco?
(sorriso no rosto)
- Ah, eu sou muito pidona. Pedi até para gente que não conheço, rs.
- Você passou.
- Ah? Eu sou estagiária do Portal PUC-Rio?!
- Sim.
- Nossa, mas você não vai ler? (risos) Nossa, preciso falar com meus pais.
- Amanhã você passa aqui, e a gente se fala.
- Claro, a que horas?
- Não precisa chegar mais cedo amanhã, não.
- OK. :)

Depois...
Ligação para papai, que não me atende. Falei com mamãe e vovó. Chorei. Papai me liga estressado. Eu não conto. Conto para Cris e amigas. Yey!

sábado, abril 09, 2011

Contraste de gerações

Sábado, dois dias depois de eu anunciar que consegui o estágio no Portal PUC-Rio. Ao telefone com minha avó, de 73 anos.
– Oi, Bi
– Oi, vó
(...)
– Então, Bi, eu não entendi direito. Sua mãe me disse que você vai ganhar dinheiro!
– Fui eu quem te disse isso. E sim, é um estágio no Portal PUC-Rio, eu ganho para isso.
– O que é Portal PUC-Rio?
– É um portal.
– Vai sair impresso onde? Eu posso ler? O que é um portal?
– É um site, você pode ler lá.
– Ah, é um blog.
– É um site, não é um blog.
– Igual ao da Megazine?
– Lá era um blog, agora é um site, onde eu vou estagiar, com carteira assinada.
– Ah, é um emprego? E o que você vai fazer?
– Não, é um estágio. Vou escrever, fazer matérias para lá.
– Ah, então eu vou entrar agora.
– Pera, eu ainda não comecei a estagiar. Ainda preciso conversar com o meu chefe.
– Tá, depois me avisa para eu ler.
(...)