quarta-feira, setembro 16, 2009

A guerra contra as líderes

Quantas pessoas já reclamaram da revista Veja pra você? E da “manipuladora” emissora TV Globo? Criada em 1965, a Globo é a maior rede de televisão da América Latina. A Veja, fundada em 1968, é a revista de maior circulação do Brasil. Uma tem milhões de telespectadores; a outra de leitores. É de dar inveja, né? Não é à toa que elas atraem tantas críticas – muitas vezes, sem fundamento.
A última crítica que eu ouvi foi a mais patética. “Eu não gosto da (revista) Veja. Às vezes, eu dou uma olhada, mas todas as reportagens são horríveis.” O professor de filosofia – também formado em história – fala como se a revista fosse escrita por um único jornalista. Ou como se a Veja tivesse uma faculdade para ensinar a escrever de determinado jeito. E cá entre nós, fora os espaços para as opiniões e colunas – que compõem a minoria das revistas –, o restante costuma estar no mesmo nível de outras revistas, com pouquíssimas exceções. Por exemplo, eu não saberia identificar quem é o jornalista de Época, ISTOÉ ou Veja numa reportagem sobre as fortes chuvas da semana passada. Outra crítica era “a mídia coloca o Sarney como problema de tudo que acontece na política. Na capa da revista Veja desta semana tem o Tasso Jereissati dizendo...”. Eu tinha a revista na minha mochila e peguei. E adivinha? Não tinha nada disso na capa. O professor de história tinha confundido a líder com a revista Época. Ou seja, independentemente, a culpa é de Veja, a líder.
Já em relação à líder Rede Globo. A professora de biologia ficou raivosa porque eu avisei a turma que a Milena tinha vencido a prova de resistência. “Como que você, uma aluna tão culta, assiste a esse programa?” A professora está esperando até hoje que eu fique verde, com os olhos grandes e a cabeça achatada. E falar em Estados Unidos? Eles ficam pé-da-vida. Afinal, eles liberam muitos poluentes, têm péssimos hábitos alimentares, as suas celebridades estão longe de serem exemplos e são os únicos responsáveis pelas crises financeiras. Ah! Não vale esquecer o detalhe de que os Estados Unidos da América são o país de maior influência do mundo. Outro líder.
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Guilherme Fiuza escreveu um excelente artigo sobre o tema. Leia aqui.