quarta-feira, outubro 14, 2009

Eu, uma doida de pedra

A orientadora pedagógica da escola - que me acompanhou em 7 dos 13 anos que eu estou lá – já sugeriu 4 vezes à minha mãe, em períodos diferentes da minha vida, que eu frequentasse, regularmente, um psicólogo. Na boa, isso tudo deu em: dinheiro pelo ralo, conversas, perda de tempo e jogos. A primeira mulher, eu sequer lembro. Por volta dos meus 8 anos, eu ia à psicóloga antes da escola – estudava durante a tarde. Mamãe disse que ela existiu e era, basicamente, como com a segunda psicóloga: passava os 60 minutos jogando jogos de tabuleiro e conversando. Eu não tinha motivos para reclamar. A minha terceira psicóloga veio cerca de 2 anos depois, na 4 série. Num certo dia à noite (acho que quarta-feira), mamãe, papai, minha irmã e eu íamos à psicóloga. Conversávamos, conversávamos e conversávamos. A separação dos meus pais acabou virando tema das conversas muitas vezes. A mulher - cujo nome eu ainda me lembro - se chamava Elisa Motta (e volta à minha vida em 2008). Ela cismava que a separação tinha feito um estrago imenso na vida de minha irmã e na minha. Eu me sentia inconformada ao ver papai pagando os 200 reais após cada “consulta” e chegando tarde em casa. A partir da 5 série até o último ano do Ensino Fundamental, eu tive outra orientadora pedagógica. A nova orientadora nunca detectou nada diferente. Bastou eu chegar no Ensino Médio e a minha orientadora antiga voltar a ser a minha orientadora pedagógica de novo. Eu excluí da minha cabeça tudo que eu lembrava sobre ela - para evitar problemas e formar novas opiniões. Não deu muito certo. Na semana da informação profissional, a orientadora chamou a minha ex-psicóloga para dar uma palestra na escola. Achei super estranho e... se eu estivesse no Brasil, eu juro que teria ido! Depois, a mulher chamou os meus pais na escola e disse que eu não tenho amigos (sou um pouco individualista, mas tenho amigos, SIM) e que seria bom se eu voltasse pro psicólogo. Meus pais nada fizeram. Porém ligaram, um dia, para mulher pedindo a recomendação de um psicólogo para a minha irmã – que tinha arrumado uma tremenda confusão. Cris fez terapia em grupo durante um tempo. E odiava! Quando mamãe cogitou deixar minha irmã sair da terapia, o psicólogo da minha irmã logo ameaçou:
“Ela precisa de terapia. Senão ela vai ficar esquizofrênica e com problemas”.
Na época, a novela Caminho das Índias ainda não tinha começado. Vimos um show de interpretação do Bruno Gagliasso interpretando o Tarso que sofria da doença. E na boa? Isso rendeu boas gargalhadas da tentativa do psicólogo de continuar recebendo. Eu vou pensar uma, duas, três ou mais vezes antes de confiar em algum psicólogo.